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O Grande Desapontamento



Entre 1831 e 1844, William Miller - um pregador Batista lançou o “grande despertar do segundo advento” o qual eventualmente se espalhou através da maioria do mundo cristão. Baseado em seu estudo da profecia de Daniel 8:14, Miller calculou que Jesus poderia retornar a terra entre 1843 e 1844. Pregou para milhares de pessoas e muitas aceitaram o milerismo, como o movimento ficou chamado.
Mas a data exata seria marcada por Samuel Snow, que apresentou o dia 22 de outubro de 1844 como sendo o dia da purificação do santuário.
Dentre as pessoas que se uniram ao movimento Milerita, estava o pastor congregacionalista Carlos Fitch. Fitch, de trinta anos, também concordara com a mensagem de que Jesus voltaria no dia 22 de outubro, tornou-se, então, importante anunciador do advento e o primeiro ministro milerita.
Poucos dias antes de 22 de outubro de 1844, Fitch batizou três grupos sucessivos de conversos em um rio. A cerimônia, ao ar livre, num dia frio, fez com que o pregador adoecesse. Faleceu na segunda-feira, 14 de outubro, vítima de tuberculose.
– Mamãe, nós veremos papai novamente? – perguntam os dois filhos do pastor, em meio às lágrimas, após o funeral.
– Sim, queridos – responde corajosamente a Sra. Fitch. – Em poucos dias, quando Jesus voltar, Ele despertará papai.
Os dias transcorrem cheios de expectativa.  Vinte e dois de outubro de 1844. Mas a manhã do dia 22 passou. A tarde, também. À medida que os ponteiros do relógio se aproximam das 24 horas, corações ansiosos aceleram. “Deve ser à meia-noite... só pode ser!” Aproximadamente 50 mil pessoas em todos os Estados Unidos aguardam. O dia tão esperado chegara. Não havia dúvidas. As últimas horas haviam sido gastas em fervorosa oração e reestudo da Bíblia, para confirmação das datas anunciadas na profecia. O dia era este, sem dúvida. O dia tão esperado; o dia da segunda vinda de Jesus Cristo.
Faltam apenas minutos para as 24 horas. Segundos, agora. Ao soarem as doze badaladas no relógio, todos os olhares se voltam para o céu, aguardando o “sinal do Filho do homem” e... nada! Não é possível! O que aconteceu? Lágrimas começaram a rolar pela face de milhares de pessoas. Vinte e dois de outubro havia terminado. Jesus não viera.
Da varanda de sua casa a Sra. Fitch ainda olha para o céu. A lua ilumina-lhe os olhos cheios d’água. Quase não nota uma pequena mão tocar a sua:
– Mamãe, por que papai não veio?
Os seguidores de Miller experimentaram o que veio a se chamar “O grande Desapontamento.” A maioria dos milhares que haviam se juntado ao movimento, saiu em profunda desilusão.
Uns poucos no entanto, voltaram para suas Bíblias para descobrirem porque eles tinham sido desapontados. Hirã Edson (1806-1882) – Foi ele que, muito desapontado na manhã de 23 de outubro de 1844, caminhando por um milharal, teve uma visão que ajudou a entender porque Jesus não havia voltado em 1844. Havia um Santuário no Céu e Cristo havia passado para o Santíssimo naquela data. Essa tornou-se a doutrina base da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Logo eles concluíram que a data de 22 de outubro tinha na verdade estado correta, mas que Miller tinha predito o evento errado para aquele dia. Eles se convenceram que a profecia bíblica previa não o retorno de Jesus à Terra em 1844, mas que Ele começaria naquela data um ministério especial no céu para Seus seguidores.
Então nos vem à mente a seguinte pergunta:
Por que foi necessário “O grande desapontamento”? Não poderia ter Deus dado a visão antes daquele dia fatídico?
Em resposta a esta pergunta muitos se voltam para a profecia de João em Apoc. 10 v8, 9 e 10
Entretanto, o fato do anjo ter previsto que haveria uma amargura daqueles que experimentaram a profecia ainda não justifica o motivo por que este desapontamento foi vivenciado por milhares de crentes fiéis. Para entendermos este assunto precisamos recorrer a sua “tipificação” no Velho Testamento.
'Yom Kippur - O Grande Dia da Expiação'
(Levítico 23:27).
Tishri, Pelo nosso calendário, estaria entre o fim de setembro ou o início de outubro. O Yom Kippur era para o sacerdócio, para o povo, e para o lugar da habitação de Deus, o tabernáculo, que Ele disse,
Lv 16:16
Esse dia era impressionante, santo e de grande importância porque os pecados de Israel eram expiados (Kafar) por meio de sangue.
 Aprendemos em Levítico 16 que o Sumo Sacerdote: se purificaria com água; vestiria suas vestes santas de linho; mataria um novilho para fazer expiação por si e pela sua família; tomaria uma vasilha de brasas do altar e entraria no Santo dos Santos para que a nuvem de incenso cobrisse o propiciatório, que era o lugar da expiação, da propiciação e da reconciliação; sairia, tomaria o sangue do novilho, entraria pela segunda vez no lugar santo com o sangue e o aspergiria sete vezes sobre o propiciatório e diante dele; 'mataria o bode para a oferta pelo pecado, ultrapassaria o véu pela terceira vez e faria com o sangue como tinha feito com o sangue do novilho; 'faria expiação pelo lugar santo e pelo altar do holocausto; "imporia as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessaria os pecados do povo e enviaria o bode para o deserto; e " tiraria as vestes de linho, iria lavar-se, poria outra roupa e ofereceria um holocausto por si e pelo povo.
Este era um dia de jejum no qual nenhum trabalho poderia ser feito:
Lv 23:26-32 26
Este serviço do tabernáculo terrestre era típico da obra executada no santuário do alto onde se mantém um completo registro dos pecados cometidos e dos confessados. Quando o Dia da Expiação chegava, todo o Israel, esperava-se, devia ter confessado seus pecados.
Lev. 16:33
Por que era necessária qualquer purificação por parte do povo? Não tinham eles trazido de quando em quando suas ofertas durante o ano, confessado os pecados e ido embora perdoados? Por que precisavam de ser perdoados duas vezes?
Heb. 10:2
É oportuno observar que nossa salvação é sempre condicional, dependendo do arrependimento e da perseverança. Deus perdoa, mas o perdão não é incondicional e independente da futura direção do pecador.
Ezequiel: 18:24.
Este versículo declara que, desviando-se um homem de sua justiça, de todos os seus atos bons "não se fará memória".
Deus mantém uma conta para cada homem. Sempre  que de um coração sincero, ascende uma súplica sincera por perdão, Ele perdoa. Mas por vezes os homens mudam de ideia. Arrependem-se de seu arrependimento. Mostram, por sua vida, que o mesmo não é duradouro. E, assim Deus, em vez de perdoar de maneira absoluta, definitiva, registra o perdão ao lado do nome das pessoas, e espera com o apagar final dos pecados para quando eles tiverem tido tempo de pensar maduramente no assunto. Se, ao fim de sua vida, se acham ainda com a mesma ideia, Ele os considera fieis, e no dia do juízo seu registro é definitivamente limpo. Assim acontecia com Israel outrora. Ao chegar o Dia da Expiação, cada ofensor tinha oportunidade de mostrar que ainda estava com o mesmo espírito e queria o perdão. Se assim era, o pecado era apagado, e ele estava completamente limpo.
O dia da Expiação era o dia de juízo para Israel, Dia a dia, durante o ano, os transgressores haviam chegado ao templo e recebido o perdão. No dia da Expiação esses pecados eram passados em revista diante do Senhor. Naquele dia, todo verdadeiro israelita renovava sua consagração a Deus, e confirmava seu arrependimento. Em resultado, não somente obtinha o perdão, mas era purificado.
 Maravilhosa segurança! A mesma promessa é dada no Novo Testamento: I S. João 1:9.
Do juízo final, diz o Apoc. 20:12,
O Dia da Expiação era um tipo desse dia. Não havia livros de contas no santuário. Havia, porém, registro do pecado. Cada gota de sangue espargido no altar da oferta queimada, no serviço da manhã e da tarde, constituía um registro dos pecados cometidos. Nas pontas do mesmo altar, bem como no santuário, fazia-se um registro de pecados perdoados por meio da aspersão do sangue, ao chegarem os pecadores com seus sacrifícios individuais para obter perdão.
No dia da Expiação os pecados daqueles que já tinham obtido perdão eram apagados. Os outros, que não haviam se arrependido, eram "extirpados". Assim era o santuário purificado do registro do pecado acumulado durante o ano. Essa purificação do registro também efetuava a purificação do povo cujos pecados já estavam perdoados.  A expiação estava feita, e o povo não se achava sob condenação.  Estavam puros, livres, felizes. O próprio registro não existia mais.
Jesus Cristo e a Nova Aliança
O Livro de Hebreus nos ensina como Deus o Filho, Jesus Cristo, se tornou o supremo Sumo Sacerdote além de quem não há nenhum outro. Este Sumo Sacerdote é alguém que conhece todas as nossas tentações e fraquezas humanas, porque Ele foi provado e tentado, e permaneceu fiel. Ele se tornou como um de nós, podendo nos representar verdadeiramente perante Deus o Pai,
Hb 9:11 e 12
Os sacrifícios da velha aliança foram substituídos pelo sacrifício do Cordeiro de Deus. A nova aliança, também realizada por Yahweh, requer o derramamento de sangue, mas esta é uma aliança superior, constituída de superiores promessas e inclui, não só os judeus, mas o mundo inteiro.
O Seu sacrifício está completo. Está, em todos os sentidos perfeito, e por isso, é que nós lemos:
Hb 7:25
Heb 10: 21 a 23






















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