“Lembra-te do dia de sábado, para o
santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o
sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho,
nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o
forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os
céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por
isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.” Êx. 20:8-11.
Introdução
Vivemos em um mundo agitado.
Trânsito caótico, lojas lotadas, correria para educar os filhos, confusões no
trabalho...
Ufa! O mundo não para! Parece que
precisamos de um dia maior, talvez de 30 horas! Infelizmente, não é apenas o
mundo exterior que anda agitado, mas o mundo interior também sofre desse mal do
século XXI. Colocamos até um nome nisso: estresse. Pensamento acelerado,
problemas emocionais, ansiedade, distúrbios alimentares, etc. A impressão que
dá é que a vida nos colocou num trem desgovernado que caminha para um
precipício.
Hoje, devido ao estresse do dia a
dia, as pessoas têm:
- Esquecido filhos recém-nascidos
dentro do carro, resultando em tragédias;
- Esquecido as crianças na escola
(Você já passou por isso, não?);
- Esquecido datas importantes -
Conheci a história de um pastor que ia fazer o casamento da sobrinha, mas, por
não ter colocado a data em sua agenda, esqueceu completamente a cerimônia tão
importante e esperada!
- Esquecido de descansar. Temos
orgulho em dizer: “Estou sem tempo” ou: “Ficarei até mais tarde no trabalho”.
São os chamados workaholics - viciados em trabalho.
Norton Sayeg, especialista em
Geriatria e Gerontologia, diz que o esquecimento é comum (desde que não seja
uma doença degenerativa, como o Alzheimer), mas não é normal.
O cansaço, a depressão e o
estresse são fatores desencadeantes desse mal que precisa ser resolvido.
Segundo ele, não existem drogas para melhorar a memória. O melhor remédio seria
fazer constantemente exercícios mentais, como por exemplo, a leitura. (fonte:
www.plenamulher.com.br)
Augusto Cury acrescenta que o
esquecimento é fruto de uma síndrome que tem atingido a sociedade, desde as crianças
até os mais idosos: a SPA, Síndrome do Pensamento Acelerado. Esta síndrome
seria causada pelo excesso de informações e atividades a que somos expostos
constantemente, através da televisão, internet e outros meios. Para Cury, esses
fatores têm gerado um desequilíbrio na concentração e no aprendizado. (Pais
Brilhantes &Professores Fascinantes, pág. 58-60)
Você percebeu que, devido a
correria da vida, temos esquecido muitas coisas, até do descanso? O quarto
mandamento nos ajuda a lembrar um dia especial. São 24 horas de descanso. Um
dia para deixarmos o trabalho secular e buscarmos refúgio em Deus. Parece um
oásis no deserto, não? O curioso é que esse mandamento começa com “Lembra-te”:
“Lembra-te do dia de sábado para
o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é
o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu
filho, nem a tua filha...” Êxodo 20:8-11.
Ao escrever nas tábuas dos dez
mandamentos “Lembra-te”, Deus nos deu um sinal de que esse mandamento já existia
no passado e também nos oferece uma lembrança futura, para que esse dia não
caia no esquecimento.
A necessidade do descanso
Para entendermos o sábado como um
dia de descanso, precisamos relembrar a semana da criação. Após os seis primeiros
dias de atividade criativa, a Bíblia diz: “E havendo Deus acabado no dia sétimo
a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha
feito.” Gênesis 2:2. Você já se perguntou por que Deus descansou no sétimo dia?
Deus precisa de descanso? A resposta é simples:
Deus descansou não porque estava
cansado, mas porque completara a Sua tarefa divina, que era criar o nosso
mundo. Ele cessou de trabalhar. Tudo estava em ordem e sob o Seu controle. E se
Ele fez isso, por que não seguimos Seu exemplo, descansando no dia definido por
Ele?
Algumas pessoas, ao lerem o
quarto mandamento, podem pensar: “Mas e o meu comércio, como ficará no sábado?
Se eu não posso cuidar, meu filho o fará”. Então Deus diz: “Nem o teu filho,
nem a tua filha”. “Então, terei que mandar alguns empregados, Senhor!”. “Nem
eles”, responde Deus. “Aposto que terei que mandar então uma vaca ou um
estrangeiro para me ajudar!”. “Não precisa!”, novamente diz o Senhor.
Ainda objetamos: “Mas... mas...
quem ficará na loja? E quanto as minhas vendas?” Apresentamos uma razão após a
outra, mas Deus silencia todas elas com a lembrança:
“Porque em seis dias fez o Senhor
os céus, e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou”. A
mensagem de Deus é clara: “Se a criação não se destruiu quando Eu descansei,
não se destruirá quando você o fizer”. Não é nossa ocupação cuidar do mundo.
Deus é o responsável por isso. Então, deixemos sob o Seu controle aquilo que
está fora do nosso alcance. Troquemos o nosso fardo pesado pelo jugo suave de
Cristo.
Toda a natureza precisa de
descanso, sabia? “Até os burros de carga devem se virar para a grama
ocasionalmente; o próprio mar faz uma pausa no fluxo e refluxo; a terra guarda
o sábado nos meses de inverno; e o homem, mesmo quando elevado a embaixador de
Deus, deve descansar ou desfalecer... Na longa caminhada, devemos nos empenhar para
de vez em quando fazer menos. O arco não pode estar sempre tenso sem temer
quebrar. Para um campo produzir frutos, ele deve ocasionalmente descansar sem
cultivo. E para que você seja saudável, deve descansar. Diminua o ritmo, e Deus
cuidará de você. Ele conduzirá você por verdes pastos.” (Max Lucado, Aliviando
a bagagem, pág. 37).
Se um animal de carga precisa de
descanso, por que eu, que sou obra-prima da criação de Deus, não irei descansar
no dia determinado por Deus?
Uma coisa muito importante,
porém, deve ser dita. Descanso não é sinônimo de ociosidade. Deixar de
trabalhar não significa “fazer nada”. O que Jesus fazia no sábado?
Pelo menos três coisas muito
importantes:
• Curava (Marcos 3:1-6)
• Ia à igreja (Lucas 4:16)
• Ensinava (Marcos 1:21)
Ele mesmo disse: “É lícito, nos
sábados, fazer o bem.” Mateus 12:12. Quer atividade mais prazerosa e
recompensadora que essa no sábado? Isso significa que devemos fazer o bem para
o próximo, e não para nós mesmos. Isaías diz que não devemos fazer a nossa própria
vontade no santo dia do Senhor. (Isaías 58:13).
Portanto, o sábado é um dia para
descansarmos de nossas atividades seculares (trabalhar, jogar futebol, assistir
televisão, fazer compras no supermercado, etc.) e fazermos o bem ao nosso
próximo. A própria palavra “sábado” (hebraico shabbat) quer dizer “descanso”.
Hermam Wouk escreveu: “O sábado representa os braços de uma mãe que se estendem
para receber um filho cansado”. (Os dez mandamentos, pág. 37).
Não seria interessante se você,
juntamente com outros jovens, planejasse fazer o bem ao próximo no dia de
sábado? Muitas pessoas precisam desse descanso que você e eu temos
experimentado.
A necessidade de comunhão Além de
apresentar o sábado como sendo o dia especial de descanso, Deus o apresentou
como sendo um dia abençoado e santificado. Houvesse Deus apenas descansado no sétimo
dia, dúvidas ainda poderiam haver quanto à validade desse descanso para as
criaturas. Alguns poderiam dizer: “Mas eu posso descansar em outro dia
qualquer!”.
Mas o fato de Ele também haver
abençoado (transformado em um canal de bênçãos) e santificado esse dia
(separado para uso sagrado), confirma a instituição edênica do sábado para toda
a humanidade.
Imagine que chegou o dia do seu
casamento. Tudo está preparado para esse momento tão especial em sua vida. A igreja
está ornamentada, os padrinhos e músicos estão a postos, o pastor está
preparado e você já está na frente da igreja. De repente, a marcha nupcial toca
e o seu coração dispara. A sua tão sonhada noiva adentra na igreja. Você está
tão emocionado que não consegue conter as lágrimas.
Mas ao recobrar o pensamento,
percebe algumas coisas diferentes. Por trás do véu, vê que a sua noiva não é a
sua noiva! O nariz é diferente, o olhar, o sorriso... Afinal, quem está ali é a
irmã gêmea da noiva! E aí, você casa ou não casa? Ela não é uma mulher? Tem até
o sobrenome da noiva! Tem os traços da noiva! E aí, você casa? É claro que não!
Não é a ela que você ama. Não foi com ela que você passou lindos cinco anos de
namoro e noivado. Não é ela que possui aquele charme e jeitinho que tocaram o
seu coração. Deus colocou três ingredientes especiais no sétimo dia.
Ele descansou, abençoou e
santificou o sábado. Se quisermos a bênção de Deus num outro dia de 24 horas,
não acharemos, pois não foi o dia que Deus preparou com o Seu jeito todo
especial. Ou é o dia do Senhor ou não é. Não existe segunda opção.
O sábado é um dia de comunhão com
Deus. O Dr. Hans LaRondelle escreveu: “O sábado foi criado, desde o princípio,
para prover um espaço para a comunhão santificadora entre Deus e o homem.”
(Christ Our Salvation, p. 70) Outro autor disse que o sábado é o santuário de
Deus no tempo, no qual todos podem entrar. Esse santuário é tão antigo quanto a
própria humanidade e embora ele faça parte do tempo, não se desgasta pelo
tempo. Ele é suficientemente abarcante para acolher todos os filhos de Deus
espalhados ao redor do mundo. Abraham J. Heschel definiu-o como “um palácio no
tempo” que, mesmo não sendo visto com os olhos físicos, esse santuário está em
toda parte, podendo ser adentrado a cada sétimo dia da semana. (fonte: http://www.usb.org.br/canais/index.php)
Deus nos concede a cada sábado a
oportunidade de entrarmos em Sua presença. Que manifestação da graça de Deus!
Um dia completo de comunhão! A Bíblia menciona o sábado como um sinal de
aliança entre Deus e Seu povo (Ezequiel 20:12 e 20). Não estamos sozinhos nesse
universo. Pertencemos ao Criador. O sábado, portanto, nos relembra que somos
criaturas de Deus e somos importantes para Ele.
Essa é a aliança que o sábado nos
proporciona com Deus. Aos que observam o quarto mandamento, existe uma promessa
eterna. Uma honra permanente. Isaías 58:13 e 14 diz: “Se desviares o teu pé do
sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso,
e o santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus
caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas
próprias palavras, então te deleitarás no SENHOR, e te farei cavalgar sobre as alturas
da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do
SENHOR o disse.”
Mirim - kau - ago.2016
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