Profetas e Reis
Ellen G. White
link do vídeo
link do áudio
texto:
Ellen G. White
link do vídeo
link do áudio
texto:
Capítulo 48 — “Não por força nem
por violência”
Imediatamente após a visão que
Zacarias teve de Josué e o anjo, o profeta recebeu uma mensagem referente à
obra de Zorobabel. “E tornou o anjo que falava comigo”, declara Zacarias, “e me
despertou, como a um homem que é despertado do seu sono. E me disse: Que vês? E
eu disse: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo,
com as suas sete lâmpadas; e cada
lâmpada posta no cimo tinha sete
canudos. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e
outra à sua esquerda.
“E falei, e disse ao anjo que falava
comigo, dizendo: Senhor meu, que é isto? Então respondeu o anjo que falava comigo,
e me disse: Não sabes tu o que isto é? E
eu disse: Não, senhor meu. E respondeu,
e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força
nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.”
“Falei mais, e disse-lhe: Que são
as duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda? E, falando-lhe outra
vez, disse: Que são aqueles dois raminhos de oliveira, que estão junto aos dois
tubos de ouro, e que vertem de si ouro? [...] Então ele disse: Estes são os
dois filhos do óleo, que estão diante do Senhor de toda a Terra”. Zacarias
4:1-6, 11-14.
Nessa visão as duas oliveiras que
estão diante de Deus são representadas como vertendo de si o dourado óleo
através de tubos para o receptáculo do castiçal. Daqui se alimentam as lâmpadas
do santuário, para que possam produzir luz clara e contínua. Assim, dos ungidos
que estão na presença de Deus, a plenitude da luz divina do amor e poder é
repartida a Seu povo, para que este possa com outros repartir luz, alegria e refrigério.
Os que assim são enriquecidos devem enriquecer a outros com os tesouros do amor
de Deus.
Na reconstrução da casa do
Senhor, Zorobabel tinha trabalhado em face de múltiplas dificuldades. Desde o
início, os adversários tinham debilitado “as mãos do povo de Judá, e
inquietava-os no edificar”, “e os impediram à força de braço e com violência”. Esdras
4:4, 23. Mas o Senhor Se interpusera em favor
dos fiéis construtores, e agora falou por intermédio do Seu profeta, Zacarias,
a Zorobabel, dizendo: [...] “Quem és tu, ó monte grande? diante de Zorobabel serás
uma campina; porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela”.
Zacarias 4:7. Através da história do povo de Deus, grandes montanhas de dificuldades,
aparentemente invencíveis, têm-se avultado diante dos que estiveram procurando executar
os propósitos do Céu. Tais obstáculos ao progresso são permitidos pelo Senhor
como uma prova de fé. Quando somos apertados de todos os lados, é sobretudo
tempo de confiarmos em Deus e no poder do Seu Espírito. O exercício de uma fé viva
significa aumento de força espiritual e desenvolvimento de firme confiança. É
assim que a alma se torna um poder conquistador. Ante os reclamos da fé, os
obstáculos postos por Satanás no caminho do cristão desaparecerão; pois os
poderes do Céu virão em seu auxílio. “Nada vos será impossível”. Mateus 17:20.
O caminho do mundo tem seu início
com pompa e ostentação. O caminho de Deus deve tornar o dia das coisas pequenas
o começo do glorioso triunfo da verdade e da justiça. Algumas vezes Deus disciplina
Seus obreiros levando-os a desapontamentos e aparente fracasso. É Seu propósito
que eles aprendam a dominar as dificuldades.
Muitas vezes os homens são tentados
a fracassar ante os obstáculos e perplexidades que os defrontam. Mas se eles mantiverem
o princípio de sua confiança firme até o fim, Deus fará que o caminho se torne
claro. O sucesso lhes sobrevirá ao lutarem contra as dificuldades. Ante o intrépido
espírito e firme fé de um Zorobabel, montanhas de dificuldades tornar-se-ão em planície;
e aquele cujas mãos puseram os fundamentos, “também as suas mãos a acabarão”.
“Porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela”. Zacarias
4:9, 7.
O poder humano e a humana força
não estabeleceram a igreja de Deus, nem a podem destruir. Não sobre a rocha da força
humana, mas sobre Cristo Jesus, a Rocha dos Séculos, foi a igreja fundada, “e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mateus 16:18. A presença de Deus
dá estabilidade a Sua causa. “Não confieis em príncipes, nem em filhos dos
homens”, é a palavra a nós dirigida. “No sossego e na confiança estaria a vossa
força”. Isaías 30:15. A gloriosa obra de Deus, fundada nos eternos princípios
do direito, jamais fracassará. Ela prosseguirá de poder em poder, “não por força
nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. Zacarias
4:6.
A promessa: “As mãos de Zorobabel
têm fundado esta casa; também as suas mãos a acabarão” (Zacarias 4:9), foi
literalmente cumprida. “E os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando
pela profecia do profeta Ageu, e de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa
e a aperfeiçoaram conforme ao mandado do Deus de Israel, e conforme ao mandado de
Ciro e de Dario, e de Artaxerxes rei da Pérsia. E acabou-se esta casa no dia terceiro
do mês de Adar, que era o sexto ano do reinado do rei Dario”. Esdras 6:14, 15.
Pouco tempo depois, o templo
restaurado foi dedicado. “E os filhos de Israel, os sacerdotes, e os levitas, e
o resto dos filhos do cativeiro, fizeram a consagração desta casa de Deus com alegria”;
e “celebraram a Páscoa no dia 14 do primeiro mês”. Esdras 6:16, 17, 19.
O segundo templo não igualava o
primeiro em magnificência, nem recebeu o toque visível da presença divina, como
no caso do primeiro templo. Não houve manifestação de poder sobrenatural para
assinalar sua dedicação. Nenhuma nuvem de glória foi vista inundar o santuário recém-erigido.
Nenhum fogo desceu do Céu para consumir o sacrifício sobre o seu altar. O shekinah
não mais habitava entre os querubins no santo dos santos; a arca, o propiciatório
e as tábuas do testemunho não se encontravam ali. Nenhum sinal do Céu tornou conhecida
ao sacerdote inquiridor a vontade de Jeová.
E contudo este era o edifício a cujo
respeito o Senhor tinha declarado pelo profeta Ageu: “A glória desta última
casa será maior que a da primeira.” “Farei tremer todas as nações, e virá o Desejado
de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o Senhor dos
Exércitos”. Ageu 2:9, 7. Durante séculos, homens eminentes têm procurado
mostrar em que particular a promessa de Deus, dada a Ageu, tem sido cumprida;
no entanto no advento de Jesus de Nazaré, o Desejado de todas as nações, que por
Sua presença pessoal santificou o recinto e arredores do templo, muitos têm firmemente
recusado ver qualquer significado especial. O orgulho e incredulidade têm
cegado suas mentes para o verdadeiro significado das palavras do profeta.
O segundo templo foi honrado, não
com a nuvem da glória de Jeová, mas com a presença dAquele em quem “habita corporalmente
toda a plenitude da divindade” (Colossences 2:9) — o próprio Deus “que Se
manifestou em carne”.1 Timóteo 3:16. Na honra da presença pessoal de Cristo durante
o Seu ministério terrestre, e nisto unicamente, o segundo templo excedeu o
primeiro em glória. O “Desejado de todas as nações” (Ageu 2:7) viera de fato a seu
tempo quando o Homem de Nazaré ensinou e curou no recinto sagrado.
Comentários
Postar um comentário