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O IDEAL DE GANDHI


O IDEAL DE GANDHI

Pr. Vanderman

"Ele não comandou soldados. Não teve nenhum cargo político. Entretanto, foi um dos líderes mais poderosos do nosso século. Muitos milhões na Índia adoravam Gandhi. Chamavam-no de "Mahatma", que quer dizer "grande alma". Outros o consideraram arruaceiro e hipócrita. Mas numa coisa tanto amigos como inimigos deste apóstolo da paz concordavam: Gandhi era de fato, único. Não houve ninguém mais corajoso, mais auto-disciplinado ou mais controvertido que ele. Qual será o segredo da mística deste homem simples? Podemos aprender alguma coisa dele para nos ajudar hoje?
"Ele se parece com um passarinho", observou Lorde Mountbatten, o último governador britânico na Índia.
Gandhi era uma figura pequena e arqueada que vestia somente uma tanga quando se misturava com os pobres. Mas esse humilde hindu conseguiu o respeito e a admiração do mundo. Einstein, o cientista, predisse que "em gerações futuras, talvez mal se acredite que tal pessoa um dia andou sobre esta terra". E o vice-rei Mountbatten declarou: "Mahatma Gandhi entrará na história assim como Buda e Jesus Cristo."
Mas nem todos cantavam louvores a Gandhi. Um outro vice-rei britânico, Lorde Wavell, o chamou de "velho político malévolo, minucioso, obstinado e dominador de duas palavras".
Winston Churchill resmungou a respeito do "nauseante e humilhante espetáculo desse faquir sedicioso. Subindo seminu a escadaria do palácio do vice-rei para negociar em termos de igualdade com o representante do rei."
Mas Gandhi, com seu programa de desobediência pacífica, conseguiu frustrar a Grã-Bretanha em sua tentativa de controlar a Índia. Um por um, vários vice-reis, primeiros-ministros, e finalmente o rei da Inglaterra em pessoa, cederam às demandas daquele faquir seminu.
Nascido em 1869 em uma família de classe média, o jovem Gandhi casou-se na idade de 13 anos.
Mandado para Londres para estudar Direito, aquele tímido jovem asiático fez o máximo para se transformar num verdadeiro inglês. Ele foi visto impecavelmente vestido com um terno elegante. Ele fez cultura vocal e chegou a tomar aulas de dança. Após vários anos em Londres, Gandhi passou nas provas de Direito e aceitou um emprego na África do Sul, em uma companhia muçulmana.
Houve um incidente racial no vagão de passageiros de primeira classe de uma ferrovia que mudou a sua vida. Por causa de sua pele escura, ele foi posto para fora do trem, apesar de estar com passagem de primeira classe. Gandhi se lembrou mais tarde: "Minha não-violência ativa começou naquele dia."
Ele denunciou o governo Sul Africano por restrições de viagem aos indianos e por outras ofensas graves contra as minorias. Gandhi organizou um protesto que atraiu 50 mil pessoas com ele na luta pela liberdade, resultando num histórico projeto de reformas. Tendo sido bem sucedido em efetuar algumas mudanças na política da África do Sul, Gandhi afastou-se dos holofotes da publicidade para seguir seus anseios espirituais.
Ele organizou uma "Ashram", uma comunidade hindu para orações e auto-disciplina. Em 1915, depois de 22 anos na África do Sul, Gandhi abandonou sua carreira de advogado e retornou à Índia. A esta altura, já era uma celebridade em sua terra natal devido ao seu sucesso na África. Ele agora dedicava-se a melhorar a vida de seus compatriotas. Pelo resto de sua vida ele combateu o preconceito, a violência e a opressão.
Gandhi começou abraçando o que era conhecido como "Os Intocáveis", um grupo infeliz do qual fazia parte uma de cada seis pessoas da Índia. Eles moravam em favelas cheias de ratos no meio dos esgotos abertos. A sociedade inclusive exigia que eles alertassem os outros sobre sua presença quando se aproximavam. Sem nada para lucrar além do ridículo e da rejeição, Gandhi assumiu a causa dos intocáveis, mudando o nome deles para "filhos de Deus". Seus seguidores mais leais ficaram horrorizados. Até mesmo sua obediente esposa demonstrou choque ante o desafio dele ao sistema de castas da Índia.
Gandhi respondeu às críticas cometendo o ato mais humilhante possível para um hindu: esvaziar as latrinas dos intocáveis.
Finalmente ele se identificou de tal maneira com a odiada classe que mudou-se para sua favela.
Gandhi lutou pelos direitos de outros grupos na Índia também, lançando um protesto contra o que considerou uma exploração inglesa. Para desenvolver a economia da Índia, ele pediu que todos os cidadãos dedicassem uma hora por dia tecendo algodão e deu ele mesmo o exemplo, trabalhando num velho tear de madeira.
O desafio seguinte de Gandhi contra a mãe Inglaterra envolveu o sal.
Os ingleses impuseram um imposto sobre esta necessidade básica e proibiram os indianos de processarem seu próprio sal. Gandhi contra- atacou com sua famosa "Marcha do Sal" para o mar. Assim, após uma duríssima viagem de 24 dias, ele finalmente chegou ao oceano. Todo curvado, pegou um torrão de sal e o ergueu para o alto, diante da multidão que aplaudia. Ele esperava que a polícia fosse prendê-lo, provocando assim um levante nacional. Os escritórios entrariam em greve, os trens parariam de correr e a economia seria paralisada. Mas nenhum policial ousou interferir com a cerimônia de Gandhi junto ao mar. Assim, o destemido líder anunciou um ataque às salinas do governo em Dharasana. Isto a polícia não podia ignorar. Veja como Webb Miller da United Press descreveu a cena em 21 de maio de 1930: "Em completo silêncio, os homens de Gandhi caminharam e pararam a 100 metros da paliçada. Uma coluna da multidão avançou, atravessou as valas e aproximou-se da cerca de arame farpado. De repente, sob uma ordem de comando, grupos de policiais nativos correram na direção dos manifestantes e deram golpes sobre suas cabeças com chicotes com ferro nas pontas. Nenhum dos manifestantes ergueu sequer um braço para se defender dos golpes. De onde eu estava eu ouvia os golpes dos chicotes nos crânios desprotegidos."
Foi esse o relatório da United Press que levantou o mundo contra o tratamento da Inglaterra com sua colônia. O massacre da Marcha do Sal virou uma página na história da Índia. Dá para ver porque Gandhi foi bem sucedido. Nenhum meio convencional poderia deter seus protestos não-convencionais. Prisões não o intimidavam. Quando ameaçado de ser preso, ele calmamente pediu a pena máxima. Na verdade, dentro da cadeia, Gandhi possuía mais conforto do que quando estava em liberdade, além de proporcionar a ele a oportunidade de leitura e reflexão ininterruptas.
No total, o indomável Gandhi passou mais de seis anos de sua vida na prisão. Ele proclamava: "Cadeia é cadeia para ladrões; para mim ela é um templo."
O estilo de protesto sem violência de Gandhi, deu ao grande patriota negro americano, Martin Luther king, tanto o método como a inspiração. Quem poderá esquecer a imagem do grupo desarmado de King em Alabama atravessando a ponte do Selma. A polícia os enfrentou com cassetetes, mangueiras e ferozes cães de guarda. Enquanto a televisão registrava o drama, King ordenou que os manifestantes se ajoelhassem na estrada e se submetessem ao ataque. Eventualmente, é claro, Martin Luther King quebrou a espinha da discriminação na América; graças ao exemplo de Gandhi.
Onde foi que Gandhi aprendeu o princípio da não-violência? A maior parte foi no cristianismo. Cedo na vida ele leu no Novo Testamento as instruções de Cristo para não revidar o mal, mas dar a outra face. Gandhi declarou anos mais tarde: "Aquelas palavras entraram direto em meu coração."
Embora tenha sido a vida toda um admirador de Jesus, Gandhi nunca se sentiu compelido a se tornar cristão. Ele preferiu ficar examinando as religiões do mundo, guardando as grandes verdades e a esplêndida poesia de todas elas.
É triste dizer que Gandhi rejeitou o conceito bíblico da salvação como um dom. Ele ensinava: "Para alguém encontrar a salvação, ele deve ter tanta paciência quanto o homem que se senta na orla do mar e com uma vara retira uma simples gota d'água e a transfere até esvaziar o oceano."
Um tanto desesperançoso e depressivo, não acha? Que contraste com a feliz garantia de salvação que os cristãos têm no Senhor Jesus Cristo. Veja esta emocionante promessa da Bíblia: "Deus nos deu a vida eterna: e esta vida está em Seu filho. Quem tem o filho tem a vida; quem não tem o filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna e para que creiais no nome do Filho de Deus" (I João 5:11-13).
A salvação não é um processo de sofrimento como esvaziar o mar com um caniço. É um glorioso dom já conquistado para nós o qual recebemos pela fé, mas a paz com Deus nos vem somente em Jesus. Somente aqueles que aceitam o Filho têm a vida eterna.
Gandhi uma vez afirmou com ansiedade: "Eu venho lutando todos esses anos é para ver Deus face a face." O problema é que ele estava indo na direção errada. Ele acreditava que privando-se a si mesmo, desfazendo-se de todas as posses, desejos e apegos, abriria o caminho até Deus. Mas Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim."
Por mais estranho que possa parecer, teríamos que ser muito limitados para obter a salvação. Jesus é o único caminho até Deus. Só Ele é a verdade. Ele é a nossa vida. Todos nós, não importa nossas realizações espirituais, carecemos da glória perfeita de Deus. O perdão vem através do sacrifício de Cristo na cruz.
Mas Gandhi resistiu a esta exigência bíblica. Ele disse: "Eu posso aceitar Jesus como um mártir, a personificação do sacrifício, mas não como o homem mais perfeito que já existiu. Sua morte na cruz foi um grande exemplo para o mundo, mas se houve alguma virtude nisso, meu coração não pode aceitar."
Que coisa triste! Gandhi aceitava a Cristo como seu exemplo, mas não como seu Salvador. A despeito de ele ter vivido alguns dos mesmos princípios que caracterizaram a vida de Cristo mais fielmente do que muitos cristãos vivem, ele jamais confiou em Jesus para a salvação. Ele preferiu confiar em suas próprias obras.

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